27/06/2016

Por Ecam

Google Earth e ODK: combinando duas ferramentas para compartilhar informações

Google Earth e ODK: combinando duas ferramentas para compartilhar informações

O Programa Novas Tecnologias e Povos Tradicionais promove desde dezembro de 2015 a troca de experiências sobre as ferramentas Open Data Kit (ODK) e Google Earth. É resultado de uma parceria entre a Associação do Povo Paiter Suruí Metareilá e a Google Earth Solidário. Também são parceiros a Associação de Defesa Etnoambiental (Kanindé), o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) e a Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam). Apoiam a iniciativa Natura, Fundação Cultural Palmares e Porto Velho + Sustentável.

O ODK permite que sejam realizados, por meio de smartphones, levantamentos e compilação de informações. Formulários permitem coletar informações de socioeconomia, invasões em áreas protegida ou volume de produção, por exemplo. Já o Google Earth, com imagens de satélites constantemente atualizadas, serve de base para que sejam inseridas informações locais. Espaços de habitação, de produção, de caça e pesca. Com isso, vai-se construindo um Mapeamento Cultural de cada comunidade.

Independentes, essas duas ferramentas já conseguem subsidiar diversas reivindicações, além de auxiliar no planejamento de estratégias específicas. Combinadas, podem ajudar na visualização dos dados, de forma mais articulada e atrativa.

Um reencontro. Uma segunda Oficina. Quilombolas de diferentes pontos de Brasil. Pequenos agricultores de assentamentos de Rondônia. Uma visita a cidade de São Paulo, nos dias 23 e 24 de junho, no escritório da Google no Brasil. Esses fatos podem se juntar em uma narrativa contada por meio do Google Earth e do ODK, cruzando informações e marcando pontos.

Pode-se contar a história da Claudinete Colé e de Rogério Pereira. Ambos vivem no interior do Pará, em Terras Quilombolas, e saíram de casa rumo a São Paulo. Encontraram-se, por exemplo, com Ivo da Silva, quilombola do Maranhão.  Também com Taysa Macedo e Josué Silva, associados do Projeto Reca, de Rondônia. E com Selma Dealdina e Sandra Andrade, da Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas (Conaq).  Ao todo, formaram um grupo de 11 cursistas, que vieram participar da II Oficina de Novas Tecnologias e Povos Tradicionais.

Ao contar sua experiência, Claudinete lembra que as Políticas Públicas custam a chegar até as comunidades. “A Associação de Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná (Arqmo) vem trabalhando nessas bandeiras de luta, que é principalmente a titulação dessas terras. Com o mapeamento pronto será muito mais fácil para a gente ir divulgando nossos desafios. São situações bastante conflitantes, e através dessas ferramentas, que a gente vem tentando aprender e levar para as comunidades, pode tentar melhorar essas questões”.

Com o conhecimento, são os próprios comunitários que produzem suas informações. Rogério vem trabalhando com o Mapeamento Cultural no Google Earth. No mapa já constam castanhais, praias das comunidades, capelas onde ocorrem festejos e áreas de desmatamentos ilegais. Todos são pontos importantes para as comunidades. “Foi um desafio para mim. Para quem está acostumado a trabalhar com terçado, uma enxada e um machado, pegar um material desse aqui é um desafio. Também é um desafio para a comunidade, para a associação. A primeira coisa é você convencer as lideranças das comunidades, de identificar realmente o que é de valor para nós. O objetivo desse mapeamento é conhecermos melhor o próprio território”, comenta Rogério.

Além dessa segunda etapa em São Paulo, ocorrerá uma segunda Oficina em Porto Velho, Rondônia. As atividades vão dia 27 ao dia 28 de julho, reunindo indígenas de Rondônia, Pará e Mato Grosso.

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