20 anos de Ecam
Imagem: Vanessa Eyng
De uma expedição à Amazônia a mais de 300 territórios e comunidades apoiados, de uma experiência na Terra Indígena do Tumucumaque a mais de 40 projetos implementados. A Ecam no mês de março completa 20 anos de trabalho, de parceria, de diálogo e de criação de alternativas que valorizam o potencial de transformação que o ser humano tem para construir um presente e um futuro mais sustentável.
E para comemorar essas duas décadas de atuação, conversamos com o diretor-executivo, Vasco Van Roosmalen, que conta sobre suas motivações, experiência à frente da organização e projetos futuros.
Confira a entrevista a seguir:
1. Vasco, qual foi a motivação inicial para fundar a Ecam?
Tudo começou com a primeira experiência na Terra Indígena do Tumucumaque e do Xingu, onde tivemos a oportunidade de apoiar as comunidades tradicionais para que tivessem seus próprios instrumentos de gestão, nesses casos os mapeamentos culturais. Essa era uma grande demanda das comunidades, o que evidenciou um espaço de atuação para uma instituição brasileira que entendesse todo esse contexto e que trabalhasse com e pelas as comunidades nessas demandas.
2. Quais foram os principais desafios encontrados no início da Ecam?
Um dos maiores desafios foi implementar um processo que olha para o futuro e que não para nos mapeamentos, mas que utiliza ferramentas como essas como base para o fortalecimento e autonomia.
Então, a partir dos trabalhos com as comunidades e grupos locais, foram sendo criados novos processos de como se chegar a um plano de gestão e, depois disso, caminhos financeiros para que as comunidades conseguissem implementar seus planos de gestão.
3. É visível a expansão da Ecam desde o ano de sua criação, em 2002. Mas em que momento você percebeu que a organização estava atingindo um novo nível de atuação?
Foi no momento em que a Ecam assumiu sua independência como instituição. Isso aconteceu por volta de 2012, especialmente quando começamos a firmar novas parcerias e perceber a oportunidade de atuar de forma mais ampla e com escopos maiores, realmente pensando em dar escala e trabalhar em diferentes cenários, biomas, realidades.
4. De lá pra cá, foram criadas duas frentes de trabalho: a Ecam Negócios Sociais e a Ecam Projetos Sociais. Como você acredita que essas duas propostas podem hoje dialogar com a sociedade?
As duas frentes dialogam diretamente com a missão da Ecam, em termos de equilíbrio ambiental, autonomia e fortalecimento de comunidade e grupos locais. As duas frentes atuam em processos que normalmente são vistos separadamente, mas que estamos conseguindo integrar bem e levar as lições de um processo para outro. Isso nos dá a possibilidade de engajar com diferentes atores, sejam do setor público, terceiro setor, setor privado, que geralmente tem metas e objetivos mais imediatos, e comunidades, em processos de desenvolvimento mais longos.
Dessa forma, nós conseguimos atuar nessas duas iniciativas da Ecam e cada vez mais pensar em soluções para diferentes desafios. Na pandemia, por exemplo, nós não paramos, mas pudemos oferecer uma resposta à sociedade, junto aos nossos parceiros, e tirar lições dessas experiências, como a necessidade da inclusão digital, da autonomia e da capacidade técnica das comunidades e organizações para implementarem seus próprios processos.
5. E para finalizar, se você pudesse definir o trabalho da Ecam em uma frase, qual seria?
Eu conseguiria resumir em uma palavra: autonomia.
Essa foi a entrevista realizada com o diretor-executivo da Ecam, Vasco van Roosmalen, mas você se interessa pelo nosso trabalho e quer conhecer mais sobre a Ecam e os projetos que estão sendo desenvolvidos, continue nos acompanhando nas redes sociais.
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Equipe Ecam
Todos os postsAtuando pela integração entre o desenvolvimento socioeconômico e o equilíbrio ambiental, a Ecam desde 2002, busca promover ações inovadoras, motivadas pelo interesse da sociedade e alinhadas à conservação do meio ambiente.