Dia de colocar a mão na consciência
Dia 20 de novembro é, para muitos, uma data reflexiva. Há mais de 323 anos, umas das maiores personalidades da cultura afro-brasileira lutava pelos direitos de um povo dominado e massacrado pela colônia portuguesa. Zumbi dos Palmares buscava por menos dominação e mais liberdade para o seu povo que sofria constantes ameaças. E hoje, pode – se dizer, que a sua contribuição histórica, foi além das fronteiras do seu quilombo.
Mesmo assim, somente após dois séculos de sua morte, a Lei Áurea que significava a abolição da escravatura no Brasil, 1888, foi sancionada pela princesa Isabel. Isso, para muitos, representava melhores condições de vida, libertação, a grande conquista havia, finalmente, chegado!. Mas, na prática, não foi bem assim. Os escravos “libertos” continuaram nas casas de seus senhores, porque, infelizmente, a independência não garantia capacitação profissional para conseguirem empregos melhores e dignidade. A luta por mais oportunidades estava apenas começando e, pode-se considerar, que ela dura até hoje.
Mesmo depois de tantas conquistas ao longo da história do Brasil, além de tantas contribuições para a construção da nossa cultura, a busca por igualdade social ainda persiste nos mais diferentes lugares. Longe das grandes cidades, as comunidades quilombolas também prosseguem lutando por mais dignidade e pelo direito de escolher o que querem ser, e fazer. As crianças, além de brincarem no rio, brincam de escolinha, de “médico”, de moda, brincam de sonhar, como qualquer outra criança. E, apesar de desejarem usufruir de tudo aquilo que o seu ambiente já oferece, elas querem mais. Mais igualdade, mais direitos na prática e mais oportunidades de serem seja lá o que quiserem ser.
Dia 20 de novembro é dia também de colocar a mão na consciência, lembrar de quem tentou e de quem ainda está tentando ter uma sociedade melhor. Dia de compartilhar as grandes histórias e incentivar, como puder, para que aconteçam mais. Porque, no final das contas, o que todo mundo almeja é ser tratado como igual, com respeito e valorização à sua singularidade como indivíduo.
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