Por Ecam
Comunicação: Oficina possibilita espaço de aprendizado e articulação em rede
Ação promovida pela Ecam, reuniu lideranças e mobilizadores sociais de seis estados do país.
Foi por meio das redes sociais que a psicóloga Samilly Soares, coordenadora do Projeto Perpetuar e quilombola de Oxalá de Jacunday, no município de Moju (PA), ficou sabendo da oficina de Comunicação e Engajamento promovida pela Ecam. Para a mobilizadora que também é militante do Movimento da Juventude Quilombola de Jambuaçu e do Coletivo de Juventudes da CONAQ a capacitação realizada online, foi uma oportunidade única para reestruturar as estratégias de diálogo e engajamento com a juventude e compartilhar aprendizados.
“A comunicação quilombola é um saber-fazer ancestral que possibilitou a formação de nossas comunidades e a perpetuação de conhecimentos e estratégias de resistência. Em uma sociedade estruturada pelo racismo que nos oprime e mata todos os dias, se faz necessário fortalecer a frente de comunicação, conduzirmos a narrativa, nos engajarmos na luta e comunicarmos nossas demandas de forma contextualizada e emancipatória” destacou Samily.
Coordenando há 5 anos, o Projeto Perpetuar, iniciativa coletiva de fortalecimento das identidades, ancestralidades e territorialidades quilombolas por meio da arte, educação e comunicação, a liderança vem atuando de forma comunitária, realizando ações, projetos e eventos em comunidades quilombolas.
“No Perpetuar e em outros espaços de resistência do movimento negro e quilombola, atuo como comunicadora popular, co-criando narrativas e estratégias de engajamento por meio da arte, palhaçaria, educação de forma coletiva e comunitária. Também já atuei em coletivos e organizações colaborando na frente de narrativa e engajamento. Sempre me interesso e busco adquirir conhecimentos relacionados a comunicação por reconhecer a importância da área para nossa luta nos territórios e em todos os espaços que ocupamos. É necessário aquilombar a comunicação e isso tem que ser feito por meio do engajamento e das narrativas quilombolas”
Para Samilly, a capacitação promovida pela Ecam foi desenvolvida de forma dinâmica e contextualizada o que favoreceu para uma maior escuta e diálogo entre os participantes. A liderança relatou ainda que a capacitação favoreceu a partilha de diferentes vivências e enfrentamentos que ocorrem no dia-a-dia nos territórios quilombolas. As informações repassadas, as estratégias de comunicação e as técnicas apresentadas possibilitaram novos olhares para uma comunicação mais ampla e assertiva.
“A partir da oficina, pretendo multiplicar os saberes adquiridos com o território, realizar oficinas de educomunicação, que também é algo que já fazemos, e potencializar nossas práticas. Um ponto importante é que a rede que se formou a partir das aulas será mais um espaço de fortalecimento, partilha e aquilombamento. A ideia é seguir sempre em roda e em construção coletiva. Nossa atuação, engajamento e tudo o que estamos construindo em nossos territórios é potente demais e é sempre bom frisar a necessidade de garantir acesso e autonomia de nosso povo. Ressalto a importância de mais espaços como esse, de novas formações e diálogos com as comunidades e juventudes quilombolas” finalizou Samilly Soares.
Oficina de Comunicação e Engajamento
Em um esforço para fortalecer a voz das comunidades quilombolas e dos defensores de direitos humanos, a Ecam realizou no final do mês de março a Oficina de Comunicação e Engajamento. A iniciativa realizada de forma online, mobilizou cerca de 30 participantes dos estados do Pará, Amapá, Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia e Maranhão. A capacitação teve como objetivo apresentar aos participantes técnicas essenciais de comunicação e engajamento, visando ampliar sua capacidade de se comunicar com diferentes públicos e defender seus direitos, mostrando como a informação é uma ferramenta de empoderamento e transformação.