Por Ecam
Festa do Marmelo reforça tradição do povo quilombola Mesquita
No último domingo, cerca de 60 kg de marmelada foram distribuídas para os visitantes
Desde 2002, já é tradição a comunidade do Quilombo Mesquita, onde vive a quinta geração de remanescentes quilombolas, movimentar a Cidade Ocidental (GO), durante a colheita do Marmelo. Localizado a 50 km de Brasília, a comunidade com mais 270 anos, mantém o costume de seus ancestrais, assim como a produção do fruto e o doce feito dele. E, neste ano, cerca de 800 pessoas participaram da Festa do Marmelo na Igreja Nossa Senhora D’Abadia, padroeira do quilombo.
Herdada de pai para filho, é comum encontrar pés do fruto nos quintais da comunidade. Além disso, o doce feito no quilombo já chegou até na Itália, em 2012, pelas mãos do seu João Pereira, de 72 anos.
“Aqui, nós começamos bem jovens. Com 15 anos, eu já plantava e fazia o doce, aprendi com meu avô e com meu pai. Hoje, meus filhos, filhas, sobrinhos e netos, todos, têm um dedinho na produção da nossa marmelada. Só na nossa família já são 150 anos de história”, lembra o produtor.
Como tudo começou
A princípio, a 1ª edição da festa tinha o intuito de arrecadar dinheiro para a construção da igreja Nossa Senhora D’Abadia. Porém, eles mantiveram o costume e, atualmente, a festa acontece todo mês de janeiro, quando há a colheita do fruto.
Além disso, todo dinheiro arrecadado no evento com: o leilão, os doces e a comida é destinado para a capela. Segundo Célia, uma das organizadoras do evento e filha de seu João, produtor, a ideia é transformar a igreja em um santuário.
“É uma festa que fala da nossa cultura, do nosso povo, do nosso marmelo – que tem mais de 150 anos de tradição -. Ela trouxe muita visibilidade para o nosso quilombo. E deu tão certo que chegamos na 17ª edição”, orgulha-se.