18/05/2016

Por Ecam

Mais uma etapa do projeto Novas Tecnologias e Povos Tradicionais

Mais uma etapa do projeto Novas Tecnologias e Povos Tradicionais

Desde dezembro do ano passado, quando mais de 40 participantes se reuniram na I Oficina de Novas Tecnologias e Povos Tradicionais, os trabalhos não pararam. Cada uma das comunidades e etnias continua realizando seus levantamentos em campo, buscando dados para construir seus mapas culturais e seus monitoramentos. O trabalho é feito usando as ferramentas Google Earth e Open Data Kit, o ODK.

Em diferentes momentos esse trabalho também conta com o acompanhamento da equipe técnica da Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) e do Google Brasil. Na primeira quinzena de maio, duas reuniões foram realizadas com esse objetivo na Calha Norte, no Pará.

A comunidade Boa Vista foi a primeira Terra Quilombola titulada do Brasil. A titulação veio em novembro de 2015.  Foi ali que ocorreu a primeira reunião, no dia 10 de maio.

“Com esse trabalho a gente vai poder fazer um mapeamento e um monitoramento dentro das nossas comunidades, através das duas ferramentas que nós aprendemos lá em Porto Velho, na oficina que nós fomos. Queremos passar desde a comunidade Cachoeira Porteira até a Pancada, que é o último quilombo, abaixo do Erepecuru, para a gente fazer o cadastramento, monitoramento, pegando todas as informações referentes a 37 comunidades quilombolas. Números de famílias, número de pessoas, números de crianças. Uma das nossas dificuldades hoje, dentro do movimento, dentro das associações, e que se perguntarem quantas famílias têm em Boa Vista, não temos um dado exato”, planeja Claudinete Cole de Souza, Coordenadora Geral da Associação de Quilombolas do Município de Oriximiná (ARQMO).

Rogério Pereira, morador da Terra Quilombola Alto Trombetas, trabalha com o Mapeamento Cultural feito por meio do Google Earth. “Para mim é um desafio fazer esse trabalho. E eu aceitei esse desafio. A minha realidade é a do terçado, do machado e da enxada. E a realidade da computação é diferente do que as atividades do nosso dia a dia”, conta Rogério.

A segunda reunião ocorreu no dia 11 de maio, na aldeia Tauana. A aldeia fica na Terra Indígena Kaxuyana Tunayana.  Dois jovens Waiwai são os responsáveis pelo trabalho nessa área. Pedro trabalhará com o Mapeamento Cultural, e Luciano com o monitoramento via ODK.

E o objetivo é ampliar cada vez mais o projeto. O Cacique Geral Eliseu Waiwai ressaltou durante a reunião o desejo de que mais jovens tenham essa capacitação: “Que vocês façam outro curso mais rápido, para outras aldeias. Nós queremos. Quando eu digo aqui, os jovens estão esperando, tem que ter mais pessoas para estudar”.

Próximos passos

No caso dos quilombolas ligados à ARQMO, primeiro será feito o monitoramento na Comunidade Boa Vista, com o ODK, e o mapeamento cultural na Terra Quilombola Alto Trombetas. Esses primeiros resultados serão levados para a discussão na primeira etapa da II Oficina de Novas Tecnologias e Povos Tradicionais, que ocorrerá nos dias 23 e 24 de junho em São Paulo. Posteriormente, a ARQMO pretende realizar esses os levantamentos em mais 36 comunidades quilombolas na Calha Norte, no Pará.

Uma II Oficina também ocorrerá em Porto Velho, do dia 27 ao dia 29 de junho. Pedro e Luciano Waiwai participarão desse encontro. Eles levarão informações sobre a aldeia Placa, localizada na Terra Indígena Nhamundá-Mapuera. Essa é uma aldeia menor, onde a coleta de dados será mais dinâmica. Assim, terão uma primeira aproximação para continuar o trabalho depois.

O uso dessas ferramentas, o ODK e o Google Earth, pode fornecer para as Associações dados gerais sobre as comunidades e aldeias de cada região. Isso ajudará no planejamento de atividades, mostrando quais são as necessidades desses locais. E avaliando todo o potencial desse projeto, Claudinete lembra que “nós construímos juntos esses objetivos, de buscar por melhorias para as comunidades. E uma delas é essa parceria com a Ecam, que a gente já vem trabalhando há alguns meses. E a gente já está tendo resultados”.

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