Por Ecam
Oficinas de Cooperativismo: impulsionando o desenvolvimento nas comunidades quilombolas
Comunidades quilombolas do Amapá estão recebendo orientações sobre cooperativismo. A ação faz parte do Projeto ‘Quilombo Solidário: renda e produção’, iniciativa voltada ao fortalecimento da agricultura familiar como meio de subsistência e geração de renda.
Na primeira semana de junho um encontro mobilizou lideranças da região para articular a continuidade das ações do projeto e a realização de oficinas nas comunidades de Curralinho, Conceição do Maracá e Cunani. A capacitação nas localidades, que contou com cerca de 30 pessoas, teve como foco central fornecer orientações sobre Cooperativismo, visando o fomento desse tipo de organização entre os comunitários.
“O objetivo das oficinas foi esclarecer junto aos representantes das comunidades como funciona uma cooperativa, quais os pontos positivos e desafios. Os participantes se sentiram confortáveis e entenderam como funciona essa dinâmica de uma cooperativa e a importância dela para o fortalecimento e a melhoria da produção. A partir da capacitação muitos deles entenderam que uma cooperativa trará muitos benefícios para os produtores e também para as comunidades” explicou Arlison Kleber, da Ecam.
A agricultura familiar é um dos principais meios de subsistência de muitas comunidades quilombolas no Amapá, no entanto, assim como em outras partes da Amazônia, o escoamento da produção nas áreas mais distantes é desafiador. A formalização das cooperativas além de reduzir o custo de produção, também facilitaria o acesso aos mercados.
Nas comunidades de Curralinho, Conceição do Maracá e Cunani é forte a produção de: farinha, macaxeira, milho, abóbora, cheiro verde, pepino, cebolinha, maxixe, couve, pimentinha, alface, açaí, cacau, bacabá e pescado. A comercialização desses produtos ajuda diretamente na geração de renda das famílias residentes nesses territórios, conforme explicou Ronaldo Freitas, consultor da Ecam.
“As oficinas fazem parte de uma metodologia de formação para lideranças comunitárias, que posteriormente irão compartilhar esse conhecimento com as demais pessoas das comunidades. A receptividade foi excelente e os participantes tinham algum relato, alguma situação para compartilhar. Temos comunidades com uma alta produção de açaí, mas onde o produto acaba sendo vendido para intermediários que revendem o mesmo na cidade, num valor três vezes maior. Foi bastante relatado a falta de acesso a crédito, políticas públicas, ao programa de aquisição de alimentos, transporte e escoamento da produção. As pessoas foram bem abertas quanto a questão da cooperativa, o que é muito bom”.
A presidente da Associação de Moradores da comunidade de Curralinho, Joaquina Santos foi uma das participantes da oficina. Para ela a capacitação foi fundamental já que apresentou alternativas de organização que irão beneficiar diretamente as localidades produtoras.
“O curso de cooperativismo foi excelente. Nós aprendemos coisas que não sabíamos, como a importância de uma cooperativa. Para nós será muito importante se legalizar porque vai beneficiar não somente a nossa comunidade, mas as outras também. A gente vai ter para quem entregar nossos produtos sem ter perdas, o que acontece muito no verão, quando a produção fica na comunidade” explicou a liderança.
Sobre o projeto Quilombo Solidário: renda e produção
O Projeto Quilombo Solidário: renda e produção atua nos estados do Amapá e de Rondônia, com o objetivo de fortalecer as atividades produtivas das comunidades quilombolas, visando a geração de renda e a diminuição da insegurança alimentar. Atualmente, o projeto faz parte da Iniciativa da Agricultura Familiar Quilombola, realizada pela Ecam, instituições parceiras e comunidades quilombolas de 9 estados do país, mais o Quilombo Mesquita (GO).