Por Fernanda Costa
NOTA SOBRE ATUAL SITUAÇÃO DA AMAZÔNIA
Os índices atuais de queimadas na Amazônia se tornaram uma pauta internacional. Os dados, que mostram um aumento na pressão sobre os recursos naturais, nos mostram que essa realidade nunca foi distante de quem mora “longe” das florestas, pois os impactos, mais cedo ou tarde, atingem a todos. E isso reforça o que sempre falamos ao longo dos nossos anos de trabalho na Amazônia: não existe conservação sustentável sem um desenvolvimento socioeconômico local.
Ou seja, a conservação do meio ambiente não ocorre apenas pelo combate a queimadas, extração ilegal de madeira ou mesmo caça e pesca predatória. O trabalho de proteção deve estar aliado ao fortalecimento e desenvolvimento das comunidades e atores locais. “A minha resposta continua sendo a mesma: deve-se empoderar as próprias pessoas da região, aliando empoderamento econômico a conservação. Isto implica entre outras frentes estabelecer mecanismos de financiamento que beneficiam, não somente as entidades de fora da Amazônia, mas diretamente as pessoas da Amazônia que trabalham para um desenvolvimento sustentável”, afirma Vasco van Roosmalen, diretor executivo da Ecam.
Trabalhar com estes assuntos na Amazônia nunca foi muito cômodo e os avanços dos últimos anos se provaram muito frágeis, principalmente olhando na perspectiva da licença social das populações locais. Por isso, colocar toda a estratégia de conservação em campo significa, antes de tudo, entender que o meio ambiente e a biodiversidade são conservados por meio da ação das populações que nele vivem. Construindo, com as pessoas que vivem na Amazônia, políticas e ações que garantam o equilíbrio socioambiental, além de apoiar, na pratica, as instituições e empresas amazônicas.