Por Ecam
Agricultores quilombolas de Rondônia participam de oficina sobre Agroecologia
A atividade promovida pela ECAM integra ações de fomento à agricultura familiar quilombola no estado.
25 agricultores quilombolas participaram nos primeiros dias de julho, em uma pousada próxima ao Quilombo Forte Príncipe da Beira, no município de Costa Marques, em Rondônia, de uma oficina sobre Produção Agroecológica, promovida pela Ecam em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (ICS) . A capacitação integra as atividades de incentivo e fortalecimento da agricultura familiar como meio de subsistência e geração de emprego e renda.
A agroecologia é uma forma de produção sustentável que integra práticas e princípios ecológicos, sociais e econômicos. O modelo fomenta a produção de alimentos saudáveis, a diversificação de cultivos, os conhecimentos tradicionais, a justiça social e o fortalecimento das comunidades rurais.
As práticas agroecológicas respeitam e valorizam a biodiversidade local e o manejo de solo, sendo uma importante ferramenta para a preservação dos rios da floresta e dos impactos ocasionados pelas mudanças climáticas. Paralelamente, a diversificação dos cultivos favorece a produção de alimentos mais saudáveis dentro dos territórios quilombolas, fazendo com que haja também uma maior valorização da produção local, garantindo assim a segurança alimentar das famílias que residem nessas comunidades.
Durante a oficina ministrada pelo engenheiro agrônomo especialista, Ronaldo Freitas, consultor da Ecam, os participantes aprenderam sobre: o manejo ecológico do solo, nutrição vegetal, controle e prevenção de pragas e doenças, formação de bancos de sementes, policultivos e mercados. A capacitação contou ainda com uma visita a área de terra preta de índio na Comunidade Quilombola de Forte Príncipe da Beira.
“Nossa ideia é que as comunidades ampliem essas práticas agroecológicas e que os participantes apliquem esses conhecimentos no dia a dia e que possam produzir suas formulações e insumos compartilhando as experiências que tiveram a partir da oficina. Ao longo do próximo semestre iremos continuar com o acompanhamento técnico e tirar as dúvidas sobre as dificuldades que possam surgir” explicou Ronaldo Freitas, consultor da Ecam.
A adoção da agroecologia pode fortalecer e muito as comunidades quilombolas, uma vez que incentiva o empoderamento comunitário, a autonomia e a organização coletiva. A construção de sistemas de produção sustentáveis também se destaca por aprimorar o cultivo que já é feito nessas localidades produtoras. Para Angel Cayduro, da comunidade de Forte Príncipe da Beira, os conhecimentos adquiridos na Oficina de Produção Agroecológica vão ajudar e muito no dia-a-dia.
“O curso foi muito proveitoso pra mim que sou estudante de agroecologia e representante da comunidade quilombola de Forte Príncipe da Beira. Essa é a minha terceira oficina pela Ecam e gostaria de agradecer, por ter nos disponibilizado o agrônomo que trouxe as técnicas. Aprendemos a fazer biofertilizante, defensivos agrícolas como a água de vidro que é muito boa para as hortaliças” declarou Cayduro.
Ainda que a implementação da agroecologia possa ser desafiadora em algumas comunidades por conta da logística, acesso a recursos financeiros e mercados, esse modelo de agricultura apresenta diversas oportunidades, haja vista que há uma crescente demanda por produtos agroecológicos e a região de Guaporé apresenta condições favoráveis para a produção agrícola familiar.
“A participação da Ecam em iniciativas de desenvolvimento produtivo e territorial são de extrema importância. Os resultados que acompanhamos está no dia a dia das comunidades, tanto na melhoria da capacidade produtiva quanto nas possibilidades de organização social, por meio do cooperativismo, fomentado pelo projeto”, destacou Vasco van Roosmalen, diretor executivo da Ecam.