Por Ecam
Comunicação e engajamento: Capacitação reforça saberes quilombolas
Através da promoção de oficinas, Ecam tem buscado proporcionar acesso a novos conteúdos e estratégias fortalecendo o trabalho de lideranças e ativistas quilombolas.
No final do mês de março em uma iniciativa ampla e descentralizada a Ecam reuniu lideranças e ativistas de vários estados do país em uma jornada de cinco dias de aprendizado e troca de experiências. A Oficina de Comunicação e Engajamento foi promovida dentro do âmbito do Projeto Comunidades Negras e Quilombolas pelos Direitos Humanos e mobilizou cerca de 30 participantes com idades entre 18 e 67 anos. Essa multiplicidade de perfis e faixas etárias contribuiu para um debate bastante diversificado e enriquecedor e mais ainda, gerou resultados bastante positivos pós-oficina ao consolidar uma nova rede de contatos entre os que integraram as atividades.
Marlene Trindade, bibliotecária e produtora cultural de Belém (PA) foi uma das participantes da oficina da Ecam. Ela que atua em vários grupos sociais e religiosos e desenvolve atividades no quilombo Santa Maria de Itacoã Miri no município de Acará, viu nas aulas uma oportunidade de obter novas informações para aprimorar o trabalho que já realiza.
“Fiquei sabendo da oficina de comunicação através de grupos do WhatsApp. Gostei muito das dicas para construir missão, visão e valores da comunidade quilombola, além de como realizar encontros, construir diálogos abertos e participativos. Já fazia isto com os grupos de jovens e idosos que trabalham no quilombo e foi muito bom aprender as técnicas. Fiquei maravilhada em saber que posso ajudar e muito minha comunidade de forma simples, como afixar cartazes em pontos estratégicos, já que mesmo vivendo no mundo digital, muita gente não domina a tecnologia. A comunicação fluiu melhor, foi lindo demais de ver “, declarou Marlene.
Ao promover oficinas descentralizadas como a de comunicação, a Ecam busca mais do que proporcionar acesso a novos conteúdos e estratégias, também vem fortalecendo o trabalho de lideranças e ativistas em campo junto aos seus núcleos de atuação e comunidades. Através das capacitações promovidas ao longo de 2024, a organização tem procurado contribuir para a luta por equidade, justiça e acesso a políticas públicas. A mobilização foi um passo importante para alcançar esses objetivos, sobretudo por destacar como a comunicação pode ser uma ferramenta de empoderamento das comunidades quilombolas e defensores de direitos humanos.
“Passei a utilizar as dicas e técnicas que aprendi no curso em todas as minhas atividades, sejam elas do meu trabalho como bibliotecária, técnica, produtora cultural, ativista social e missionária católica. Tudo foi muito enriquecedor para mim e as pessoas ao meu redor já perceberam a mudança no meu agir. Sou infinitamente agradecida pela oportunidade de ter participado do curso, que é algo que estou levando para vida” finalizou Marlene.
Sobre a Oficina de Comunicação
A capacitação destacou a importância da comunicação como uma ferramenta de empoderamento para as comunidades quilombolas e os defensores de direitos humanos. Ao fortalecer suas habilidades de comunicação, os participantes podem se comunicar de forma mais eficaz com diferentes públicos, defender seus direitos e promover mudanças positivas na sociedade.
“As nossas iniciativas visam instrumentalizar, por meio do conhecimento, as lideranças de todas as comunidades que interagimos ao longo dos anos. Acreditamos, como uma instituição que atua há tanto tempo com comunidades tradicionais e públicos vulneráveis, que a autonomia para avançar em suas causas é o melhor caminho. É preciso ampliar a voz das comunidades para que alcancem os tomadores de decisão, perpetuem suas histórias e sensibilizem seus entornos”, finalizou Fábio Rodrigues, diretor técnico da Ecam.