Por Ecam
Curso de formação de Guarda-Parque: mais uma turma certificada
O 3º Curso de Formação de Guarda-Parques chegou ao final. Depois de 20 dias de atividades práticas e teóricas, mais 21 novos guarda-parques estão aptos para atuar no estado do Amapá.
A metodologia do curso, voltada para a Andragogia, busca construir as competências para o trabalho de um guarda-parque, discutindo com os cursistas Conhecimentos, Habilidades e Atitudes necessários para tal. Isso abrange temáticas como Gestão de Unidades de Conservação (UCs), Legislação ou Manutenção de Motores, por exemplo.
O final desses cursos sempre é marcado pela estada em uma UC. Nesta edição, o grupo foi até a Estação Ecológica do Jari. A UC existe desde 1982 e tem sua área dividida entre os estados do Amapá e Pará. Em campo, a turma pode desenvolver atividades de monitoramento de fauna, manutenção de trilhas e estratégias de vigilância.
Uma turma diversa
Os cursistas são moradores do entorno e do interior de UCs do Amapá. Vieram dos municípios de Cutias, Pedra Branca, Laranjal do Jari, Amapá e Macapá. Este grupo foi formado por 12 mulheres e 9 homens, todos com vivências diversas. Por isso mesmo a troca de experiência foi muito rica durante todo o curso.
Uma das cursistas foi a Creuza Miranda Silva. Creuza é moradora do Quilombo do Curiaú, que também é uma Área de Preservação Ambiental (APA). Sempre foi envolvida com as organizações comunitárias, principalmente ligadas às questões de gênero e identidade. Para Creuza, o curso de guarda-parque é uma demanda da sua comunidade: “Principalmente pela questão ambiental, já que somos uma APA e temos poucas pessoas que trabalham com o tema ambiental lá dentro. O que eu aprendi aqui eu vou retribuir dentro da minha comunidade, fortalecendo a APA do Curiaú e promovendo nossos projetos”.
Outro cursista foi Orlandilei Miranda Flexa. Seu Lei, como costuma ser chamado, mora no entorno da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Iratapuru. A maior parte dos moradores de sua comunidade, São Francisco do Iratapuru, trabalha com extrativismo. O produto principal é a castanha e o breu branco. “Eu já tinha ouvido falar de guarda-parque, mas eu nunca tinha tido o contato. Para mim foi de grande importância estar aqui, interagir. Estou voltando com a mente mais aberta. E eu vou tentar sensibilizar muito mais gente das comunidades do Iratapuru, porque eu já sei que em novembro vai ser realizado outro curso. Então com toda a certeza eu vou fazer o máximo para que outras pessoas da minha área possam estar aqui também para participar!”.
O curso faz parte das ações do projeto Capacitar para Conservar, que é resultado de uma parceria da Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Universidade Federal do Amapá (Unifap), a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Amapá (Sema-AP) e a Associação de Guarda-Parques do Amapá (AGPA). Tem o apoio do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).