Por Ecam
Ecam facilita Intercâmbio sobre Beneficiamento da Cadeia Produtiva do Coco Licuri
Iniciativa mobilizou instituições e grupos que trabalham com o fruto.
Um intercâmbio realizado dos dias 13 a 19 de outubro, na região da Chapada Diamantina, na Bahia, reuniu produtores de comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas que trabalham com a cadeia produtiva do coco licuri (Syagrus coronata). A palmeira bastante comum nas regiões secas e áridas da caatinga possui um grande potencial alimentício e ornamental e integra a geração de emprego e renda de várias famílias.
O encontro visou destacar a relevância do licuri para a sociobioeconomia e o impacto positivo dele. A ação fomentou a troca de conhecimentos contemplando o manejo sustentável do fruto, o beneficiamento, o bem-estar e a importância das comunidades participantes e a relevância destas nas práticas sustentáveis de cultivo e processamento da palmeira e seus insumos. O intercâmbio contou com o apoio da Embrapa Alimentos, da Casa de Maria e da Ecam.
Ao todo 18 participantes integraram o grupo que recebeu orientações técnicas e culturais sobre o licuri. No primeiro dia de atividades, os intercambistas visitaram a unidade de beneficiamento da Associação Comunitária Rede Agricultura e Agricultores da Baixa do Galo, em Inhapi, no estado de Alagoas, onde conheceram o processo produtivo. No dia 15, a caravana visitou as unidades da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos de Uauá e Curuça, na Bahia. Já no terceiro dia de ações, a visita foi à unidade de beneficiamento da Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (COOPES), em Capim Grosso, também em território baiano.
Nos dias 17 e 18 de outubro, os produtores das comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas se reuniram na Oficina de Manejo e Beneficiamento do Coco Licuri, promovida na Casa de Maria, em Palmeiras (BA). Na Casa de Maria, são comercializados doces e o famoso sorvete e cocada de licuri, produzidos por uma rede de mulheres que desenvolve uma variedade de produtos gastronômicos, como sorvete de coco licuri, cocada de licuri, licuri caramelizado e licuri salgado. Durante esta oficina, foram apresentadas experiências práticas e estratégias de manejo sobre o uso da palmeira e seu fruto, consolidando uma oportunidade única para os participantes, como Maria Edna de Sousa, da comunidade quilombola de Lagoa do Algodão, localizada no município de Carneiros, em Alagoas.
“A caravana pode nos proporcionar várias descobertas, como o valor do licuri e do umbuzeiro, e ao mesmo tempo nos ensinou como gerar renda em nossas comunidades. Nos mostrou também como inserir os jovens, e como tudo isso pode ser uma maneira deles terem renda e não saírem das nossas comunidades. Então, eu quero agradecer a Ecam por ter sido uma parceira nessa nossa missão” destacou Maria.
Esse intercâmbio foi uma oportunidade valiosa para a Ecam fortalecer e promover a cadeia do licuri, facilitando a integração entre diversos atores envolvidos. A troca de saberes foi extremamente enriquecedora, uma vez que cada comunidade trouxe sua própria experiência e visão sobre o trabalho com o licuri e outras atividades produtivas da caatinga. A cultura local é de extrema importância para o desenvolvimento socioeconômico da região. Como explicou Bruna Ferreira, Coordenadora de Projetos da Ecam: “O intercâmbio reafirma o compromisso da Ecam com a sustentabilidade e a preservação da biodiversidade, promovendo o fortalecimento das comunidades por meio da valorização do licuri e de suas potencialidades.”
A caravana para o intercâmbio sobre o beneficiamento do coco licuri, que reuniu representantes de comunidades indígenas e quilombolas foi idealizada durante a oficina “Promoção dos Direitos Humanos e Saúde Mental nas Comunidades Tradicionais”, realizada pela Ecam no final de agosto em Maceió, atividade essa que mobilizou ativistas para dialogar sobre saúde mental, equidade social e direitos humanos. Na ocasião, parte do grupo participante demandou essa nova ação visando um novo encontro voltado à cadeia produtiva do fruto.