Por Ecam
Ecam participa de Oficinas Nacionais de Mulheres Quilombolas contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver
A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) tem realizado, com o apoio do Fundo Sociambiental Casa, Oficinas Nacionais de Mulheres Quilombolas contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver. As oficinas ocorrem em diferentes territórios quilombolas, reunindo de mulheres quilombolas articuladoras da Conaq no Paraná, Pernambuco, Mato Grosso, Pará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Maranhão. Além disso, também contam com um número grande de participantes locais. Isso potencializa as trocas de experiência entre diferentes realidades no Brasil.
A Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) foi convidada a participar dessas atividades em função da parceria que vem construindo com a Conaq, desde 2015. Essa aproximação reforça a construção de um programa voltado para a igualdade de gênero e para comunidades quilombolas.
A primeira Oficina Nacional de Mulheres Quilombolas contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver Nacionais aconteceu em março de 2016, em Cavalcante, Goiás, no Território Kalunga. Participaram aproximadamente 60 mulheres e jovens, em três dias de debates e reflexões.
A segunda Oficina aconteceu em agosto de 2016. O evento ocorreu no Quilombo Mutuca, no Território de Mata Cavalo, localizado no município de Nossa Senhora do Livramento, Mato Grosso. Mais de 80 mulheres participaram dessa segunda oficina, que também durou três dias. Ocorreram oficinas de turbantes e tranças e palestras sobre temas que mais afetam as mulheres e suas regiões. Para Selma Dealdina, quilombola do Espírito Santo, “o respeito e a acolhida no quilombo foram ótimos. Foram dias incríveis de troca, conhecimento e muitos desafios. As oficinas fazem com que voltemos pra nossas casas com as energias renovadas”.
O objetivo das oficinas é fortalecer a organização de base nos territórios quilombolas, tratando especialmente do empoderamento das mulheres no cenário político e do enfrentamento do racismo e da violência. “Essas oficinas estão sendo um marco para o movimento quilombola, pois vem oportunizando criar um espaço de diálogo entre as mulheres, para discutir as várias formas de violência sofrida, como também dar visibilidade as lutas das mulheres na garantia do território. Está sendo muito prazeroso participar destes momentos, escrevendo nossa historia de luta e resistência”, comenta Célia Pinto, da Conaq.