06/09/2016

Por Ecam

Entre borboletas e balões: Guarda-parques conhecem estratégias de monitoramento da biodiversidade

Entre borboletas e balões: Guarda-parques conhecem estratégias de monitoramento da biodiversidade

Durante o 3º Curso de Formação de Guarda-Parques, 21 cursistas participaram de uma instrução de Monitoramento Participativo da Biodiversidade. A metodologia dessa instrução foi desenvolvida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e é implementada no Amapá em parceria com o (Instituto de Pesquisas Ecológicas) IPÊ,  desde 2014. O monitoramento ocorre regularmente no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, uma das maiores Unidades de Conservação do país.

Esse tipo de monitoramento sempre integra nas equipes moradores da área, que são os responsáveis pelos levantamentos de dados. Existe o protocolo geral, mas também é desenvolvido um protocolo de monitoramento extra, que procura levantar informações de interesse das comunidades locais.  

Essa instrução de monitoramento integra o cronograma do Curso de Formação de Guarda-Parques desde a primeira edição. Desta vez, ela foi realizada na Estação Ecológica (Esec) Jari, no dia 27 de agosto. A Esec Jari tem parte do seu território no Pará e parte no Amapá, contando com uma floresta bastante conservada. Durante a instrução, as metodologias já aplicadas no monitoramento foram apresentadas aos cursistas.

Além das discussões metodológicas, duas práticas marcaram a instrução: primeiro, o monitoramento de fauna; segundo, o monitoramento de borboletas frugívoras. Durante a primeira atividade, os cursistas simularam em uma trilha o avistamento de fauna, que no caso é representada por balões espalhados pelo trajeto. Uma ficha indica os dados que devem ser incluídos e quais animais devem ser considerados. A lista é composta por animais que sofrem pressão de caça ou que são sensíveis à mudanças no ambiente, neste caso os mamíferos de médio e grande porte e aves cinegéticas.

Para a atividade com as borboletas, armadilhas foram deixadas nas trilhas no dia anterior. Essas armadilhas, chamadas de Van Someren-Rydon, contam com pequenos potes de isca de banana e caldo de cana. As borboletas frugívoras se alimentam basicamente de frutas e são atraídas justamente pelas frutas fermentadas. A presença dessas borboletas também é um indicativo importante de equilíbrio ambiental.

Laís Fernandes, consultora do IPÊ, que conduziu a instrução, trabalha no projeto desde o começo. Ela lembra que “a instrução teve por finalidade transmitir o conhecimento sobre o Programa de Monitoramento da Biodiversidade para comunitários de diversas unidades de todo o Estado do Amapá. Como futuros guarda-parques, todos os cursistas podem atuar na proteção dessas áreas em um futuro próximo”.

O projeto Capacitar para Conservar

A Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam), o ICMBio, a Universidade Federal do Amapá (Unifap), a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Amapá (Sema – AP) e a Associação de Guarda-Parques do Amapá (AGPA) desenvolvem o projeto “Capacitar para Conservar” desde 2014. O objetivo é aprimorar a gestão de Unidades de Conservação por meio da formação de guarda-parques e gestores. Essas ações têm o apoio do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Pelo projeto já foram realizados três cursos de Formação de Guarda-Parques. Dois em 2015 e um em 2016. O próximo curso deve ocorrer ainda esse ano, em novembro.

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