Por Ecam
Gestão colaborativa em Unidades de Conservação, as comunidades e o papel do Guarda-Parque
As Unidades de Conservação (UC) previstas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) podem ser de vários tipos, com diferentes usos e restrições. Depois de criadas, o grande desafio é viabilizar a gestão eficiente dessas áreas. A população local, que vive nessas UCs ou em seu entorno, não pode ficar de fora desse processo. Equipes de gestão colaborativas garantem que diferentes interesses sejam discutidos.
Nesse cenário, o guarda-parque pode se tornar uma peça-chave para a gestão colaborativa, principalmente se estiverem capacitados. Desde 2015 vem sendo realizado no Amapá o projeto Capacitar para Conservar – Fortalecendo a Gestão de Áreas Protegidas no Estado Amapá. Essa é uma iniciativa da Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Universidade Federal do Amapá (Unifap), a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Amapá (Sema-AP) e a Associação de Guarda-Parques do Amapá (AGPA), com apoio do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Pelo projeto são realizados Cursos de Formação de Guarda-Parques. Muitos dos cursistas são comunitários já envolvidos com a gestão das UCs. “O apoio dos brigadistas, ex-brigadistas, vigilantes, voluntários e prestadores de serviço é fundamental para se atingir as metas de conservação da UC. O Curso de Formação de Guarda-Parques é um reconhecimento da importância dessas equipes e uma enorme oportunidade para qualificá-los ao trabalho, ligado à missão da UC, somando à experiência e habilidades que já possuem”, afirma Iranildo Coutinho, gestor da Estação Ecológica (Esec) Maracá-Jipioca.
Um ex-brigadista agora Guarda-Parque
Na Esec Maracá-Jipioca, localizada no Amapá, uma das formas de inserção de comunitários acontece por meio da função de brigadistas. Esses brigadistas passam por formação e seleção, e moram no entorno da UC. “São contratados anualmente, entre agosto e janeiro, para ações de prevenção e combate a incêndios. Aqueles que se destacam, são, oportunamente, convidados a colaborar conosco”, explica Iranildo.
Na segunda edição do Curso de Formação de Guarda-Parques, em novembro de 2015, Fagno da Silva participou como cursista. Iranildo lembra que conheceu Fagno ainda em 2013. Ele foi brigadista duas vezes, além de acompanhar pesquisadores na realização de trabalho de campo. “Hoje o apoio dele ainda ocorre de forma voluntária ou por serviços prestados como mateiro ou para manutenções”, completa o gestor.
Para Fagno, a experiência durante o curso foi muito positiva: “Na verdade eu achei muito bom e muito avaliativo, conscientizar a pessoa a trabalhar sobre o meio ambiente. E na verdade eu recomendo para muito mais pessoas fazerem isso. Quanto mais gente para trabalhar seria melhor”.
Próximo Curso
Em agosto de 2016 ocorrerá o 3º Curso de Formação de Guarda-Parques. Essa edição disponibiliza 25 vagas, para pessoas que residem em UCs ou entorno ou que atuam em entidades ligadas à conservação ambiental. As inscrições poderão ser feitas até o dia 25 de julho. O curso ocorrerá de 10 a 30 de agosto. Os cursistas terão 200 horas-aula, organizadas em dez módulos intensivos: Biodiversidade e Conservação, Gestão de Áreas Protegidas, Legislação Ambiental Brasileira; Orientação e Cartografia; Uso Público e Visitação; Educação Ambiental e Participação Social; Primeiros Socorros; Proteção; e Práticas e Vivências em Áreas Protegidas.
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