Por Ecam
No Dia da Amazônia, conheça o trabalho da Ecam
Entidade inova ao pensar a Amazônia além das matas e há 15 anos trabalha dando voz aos povos tradicionais da floresta
Para a Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam), a região amazônica é gente. A mata precisa de gente. Os rios precisam de gente. Os frutos precisam de gente. O clima precisa de gente. Porque as pessoas, as pessoas que realmente conhecem e sabem conviver com a Amazônia fazem parte desse ecossistema e zelam por ele.
Por isso, para a Ecam, a Amazônia é e tem muito mais a mostrar do que só árvore ou bicho. Amazônia é cidade, é tecnologia, é desenvolvimento, é comunicação, é colaboração, é dialogo, é comunidade, é festividade. Amazônia é lar para tantas pessoas, uma diferente da outra, cada uma inserida dentro de uma cultura mas mesmo assim todo vivem no mesmo lugar que é o coração dessa floresta imensa.
Há 15 anos, a Oscip tem trabalhado com os povos tradicionais da floresta para levar instrumentos e mecanismos para que eles mesmos tenham voz e força para entender e atender suas próprias necessidades. Falando de uma forma prática, as comunidades quilombolas de Oriximiná, por exemplo têm realizado oficinas e cursos de estatísticas e dados para que possam construir seus próprios planos de vida, entendendo o que eles precisam melhorar dentro de suas óticas, pensamentos e crenças.
Para o diretor da Ecam, Vasco Van Roosmalen, a visão de 55 milhões de km não pode ser tão limitada. “Quando falamos em Amazônia, a imagem mental que as pessoas costumam fazer é de árvores, rios, os animais daquele ecossistema. Alguns chegam a pensar em índios, de uma forma muitas vezes estereotipada. Mas, do mesmo jeito que a Amazônia é rica em biodiversidade, também possui uma grande riqueza social. Temos diferentes povos, vivendo de diferentes formas, cada qual com sua história, cultura, suas raízes. E, a grande maioria dos brasileiros, desconhece essa realidade”, destaca.
Os projetos da Ecam tem alcançado bons resultados, como por exemplo a construção de um canal no YouTube da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná (ARQMO), todo feito pelos quilombolas da região (https://www.youtube.com/channel/UCU9PoJT6p0bDrjAlZZ41sIg). Desde a filmagem, edição, roteiro, textos, postagens, tudo é feito pelos membros da comunidade, que contam um pouco da sua realidade.
A proposta da entidade passa longe de ser uma “salvadora” da Amazônia. Os objetivos estão sempre pautados no empoderamento e na implementação de projetos sólidos e eficazes para que as próprias comunidades consigam dar o devido direcionamento. “Quando levamos as oficinas de dados e estatísticas, por exemplo, nosso intuito é que eles conseguisse, por si próprios, estabelecer o que querem para o presente e futuro, preservando seu próprio passado. Eles conseguem enxergar se existem problemas de saneamento básico, de saúde, de educação, e levar projetos embasados para demandar ações do poder público ou mesmo selar parcerias com a iniciativa privada para resolvê-los”.
O grande problema visto a respeito dos povos das tradicionais da Amazônia é eles serem vistos quase que como “fauna” da região. Nesse momento,Vasco lembra que é preciso empatia e não achar que o indivíduo que vive na floresta não precisa de infraestrutura. Imagine se na sua rua não tivesse coleta de lixo. Ou que não tivesse atendimento médico adequado. É claro que eles têm modos de vida diferenciados, mas ainda sim precisam de condições mínimas de subsistência. “E eles só serão atendidos quando forem vistos e lembrados”, conclui.
Para saber mais
O Dia da Amazônia foi criado com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta. A data 5 de setembro foi escolhida porque neste dia, em 1850, o príncipe Dom Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas). A floresta abriga 5,5 milhões de quilômetros apenas de floresta, que passam por oito estados brasileiros (Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Tocantins e parte do Maranhão e Mato Grosso), além de ter porção em 5 outros país (Suriname, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela, Colômbia, Peru e Equador).