Por Ecam
Oficina de Comunicação e Engajamento Empodera Comunidades Quilombolas e Defensores de Direitos Humanos
Em um esforço para fortalecer a voz das comunidades quilombolas e dos defensores de direitos humanos, a Ecam realizou no final do mês de março a Oficina de Comunicação e Engajamento. A iniciativa realizada de forma online, mobilizou cerca de 30 participantes dos estados do Pará, Amapá, Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia e Maranhão.
A capacitação teve como objetivo apresentar aos participantes técnicas essenciais de comunicação e engajamento, visando ampliar sua capacidade de se comunicar com diferentes públicos e defender seus direitos, mostrando como a informação é uma ferramenta de empoderamento e transformação.
Para Juliana Alves, comunicadora de Macapá/AP e participante da oficina, a experiência foi de grande aprendizado e fortalecimento. Atuando em escolas na periferia da capital amapaense e na área de comunicação comunitária, Juliana busca promover um ecossistema comunicativo regionalizado e acessível a todos. A oficina, segundo ela, foi uma oportunidade única para aprimorar seus conhecimentos sobre as ferramentas de comunicação.
“Acredito na comunicação regionalizada como ferramenta de acesso para que todos possam conhecer seus direitos e ter a liberdade de expressão assegurada. A oficina foi um momento de partilha com os demais e mostrou que todo conhecimento compartilhado com sabedoria faz a diferença na vida das pessoas, refletindo também na comunidade. Os encontros foram muito valiosos, já que reuniram uma boa rede de pessoas engajadas em comunicar a Amazônia em sua essência” declarou Juliana.
Amanda Roque, de Tomé Açu, Pará, também participou da oficina e viu nela uma oportunidade de adquirir novos conhecimentos e aprimorar suas habilidades de comunicação. Graduada em Agroecologia e atuante em comunidades tradicionais, quilombolas e assentamentos rurais, Amanda busca fortalecer o diálogo e o engajamento em seu trabalho diário.
“A oficina me proporcionou ferramentas valiosas para aprimorar minha comunicação com as comunidades. No dia a dia tento exercer a comunicação não violenta e fortalecer o trabalho em equipe. Iniciativas que fortaleçam o movimento para que a comunidade sempre tenha voz e seja empoderada sobre sua atuação e importância, são sempre bem-vindas, porque esse fortalecimento vem sempre para somar e estreitar laços dentro e fora da comunidade. A oficina veio para contribuir com o meu aprendizado como pessoa e profissional e para me aperfeiçoar nos temas” disse Amanda.
A Oficina de Comunicação e Engajamento foi realizada como parte do projeto Comunidades Negras e Quilombolas pelos Direitos Humanos, da Ecam. Este projeto tem como objetivo ampliar e qualificar a participação da população em situação de vulnerabilidade junto ao judiciário, seja por meio de suas lideranças ou movimentos representativos.
Por meio do fortalecimento e da capacitação deste público, o projeto busca contribuir para a luta por equidade, justiça e acesso a políticas públicas. A oficina foi um passo importante para alcançar este objetivo, uma vez que os participantes utilizarão os conhecimentos adquiridos para defender seus direitos e fortalecer suas comunidades.
“Utilizamos uma metodologia dinâmica para Oficina que levou aos participantes conceitos de comunicação de forma simplificada e de fácil aplicação no dia a dia dos participantes. Tivemos um feedback bastante positivo e uma troca de experiências única, já que os encontros contaram com pessoas de vários estados brasileiros. Fica a certeza que esse aprendizado será replicado em várias comunidades, consolidando uma rede eficiente de informações”, destacou, Dannie Oliveira, jornalista que ministrou a oficina de Comunicação e Engajamento.
A capacitação destacou a importância da comunicação como uma ferramenta de empoderamento para as comunidades quilombolas e os defensores de direitos humanos. Ao fortalecer suas habilidades de comunicação, os participantes podem se comunicar de forma mais eficaz com diferentes públicos, defender seus direitos e promover mudanças positivas na sociedade.
“As nossas iniciativas visam instrumentalizar, por meio do conhecimento, as lideranças de todas as comunidades que interagimos ao longo dos anos. Acreditamos, como uma instituição que atua há tanto tempo com comunidades tradicionais e públicos vulneráveis, que a autonomia para avançar em suas causas é o melhor caminho. É preciso ampliar a voz das comunidades para que alcancem os tomadores de decisão, perpetuem suas histórias e sensibilizem seus entornos”, finalizou Fabio Rodrigues, diretor técnico da Ecam.