Por Ecam
Projeto busca ampliar adesão à vacinação, contra a COVID-19, pelas comunidades quilombolas
Foto: Raphael Rabelo/Ecam
Em 2020, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), a Iniciativa de Novos Parceiros, Ampliando Parcerias em Saúde (NPI EXPAND) e a SITAWI (Finanças do Bem) se uniram para alavancar soluções escaláveis e inovadoras como resposta a emergências à pandemia de COVID-19.
Uma das soluções que surgiu dessa parceria foi o Projeto Comunica Quilombo, no qual a Ecam é implementadora em parceria com o movimento quilombola. O projeto tem atuação em estados que compõem a Amazônia Legal, com incidência a nível nacional, e tem por objetivo promover ações de comunicação qualificada e de publicidade para a adesão à vacinação pelas comunidades quilombolas.
Nos últimos anos, a pandemia de COVID-19 configurou-se entre as principais responsáveis pelo agravamento da insegurança alimentar no país, além de intensificar vulnerabilidades de acesso à saúde e saneamento básico, historicamente enfrentadas pelas comunidades quilombolas. Contexto que também foi agravado com a difusão de fake news e a ausência de uma comunicação específica ao público Quilombola (Fonte: Conaq).
Segundo Núbia Cristina, coordenadora da Conaq Amapá, o efeito das notícias falsas também foi percebido durante a vacinação.“Primeiro que só tivemos ações voltadas para as comunidades quilombolas a partir do cumprimento da ADPF 742, organizada pela Conaq Nacional e parceiros, visando garantir as doses da vacina e atenção básica nos momentos mais críticos. Porém, ainda tivemos que lidar com fake news, divulgadas nas redes sociais, que acabaram deixando muitos quilombolas receosos quanto à vacinação. Inclusive, muitos grupos não tomaram a vacina por conta dessas notícias falsas. Então, acredito que esse projeto vai tirar muitas dúvidas que ainda restam sobre a importância da vacinação e sua aplicação”, destaca a coordenadora.
Diante dos desafios, o Projeto Comunica Quilombo começou a trabalhar na elaboração de um levantamento de dados junto a lideranças e comunidades quilombolas, sobre a adesão das comunidades à vacinação, e na retomada de articulações com autoridades públicas locais das áreas da saúde. Destaca-se, ainda, a condução de mentorias voltadas à orientação de agentes quilombolas de comunicação para a produção de conteúdos específicos direcionados a população.
As mentorias, previstas para acontecer nos próximos meses, buscam promover a autonomia de jovens quilombolas na produção de materiais publicitários, a fim de ampliar a visibilidade de assuntos relevantes para as comunidades, como a vacinação contra a COVID-19. Os materiais serão produzidos pelos próprios quilombolas e divulgados em canais digitais já conhecidos e acessados pelo público.
“Esperamos que esse projeto amplie o acesso a informações nas comunidades, algo que não foi realizado a contento diante das restritas ações de comunicação do governo federal. A produção de conteúdo pelos próprios quilombolas têm o potencial de garantir seu entendimento de forma mais amigável, e consequentemente, numa melhor difusão dentro das comunidades, rebatendo as tão prejudiciais fake news”, finaliza a advogada Luiza Viana, que atua na ADPF 742 e participou do Grupo de Trabalho constituído no estado do Amapá em 2021 para monitorar a vacinação das populações quilombolas.
Sobre a NPI EXPAND
A USAID, a Palladium/NPI EXPAND e a SITAWI Finanças do Bem se uniram para criar uma parceria para apoiar a Resposta à COVID-19 na Região Amazônica brasileira por meio de parcerias estratégicas para alavancar soluções inovadoras e escaláveis para fortalecer a resposta rápida a emergências e ao combate a COVID-19. Entre 2020 e 2021, a primeira fase da iniciativa distribuiu mais de 23 mil cestas básicas e kits de higiene, capacitou mais de 500 agentes comunitários de saúde, doou mais de 1,4 milhão de máscaras feitas por costureiras locais e divulgou mensagens educativas de prevenção para mais de 875 mil pessoas na região. Esta nova fase da está promovendo maior resiliência das comunidades amazônicas através do apoio amplo a vacinação contra a COVID-19, campanhas de informação e combate à fake News, e apoiando os sistemas locais de saúde na região com equipamentos e insumos para detectar, prevenir e controlar a transmissão de COVID-19, bem como realizar o acompanhamento de casos agudos de COVID-19 e tratar as sequelas de síndrome pós-COVID-19.”
Sobre a Ecam
A Ecam é uma organização que atua pela integração entre o desenvolvimento socioeconômico e o equilíbrio ambiental. Desde 2002, busca promover ações inovadoras, motivadas pelo interesse da sociedade e alinhadas à conservação do meio ambiente. Atualmente, a Ecam possui projetos com diferentes setores da economia, nacional e internacional, que fazem parte de suas duas principais
iniciativas: Ecam Projetos Sociais e Ecam Negócios Sociais.